A Era da Informação

Nela navegamos conectados,
Nela vivemos isolados,
O saber ao alcance da mão,
Desfaz-se a sabedoria na ilusão.

No silêncio dos lares frios,
Clamam as redes seus desafios,
Avatares dançam em vibração,
Desvia-se do mundo a atenção.

Sociedade líquida, fluida e leve,
Relações que escorrem, nada se atreve,
Minha alma grita entre notificações,
É tempo de voltar às reflexões.

Na caverna de luzes frias,
Muros de cristal ocultam utopias,
Dissolvem verdades na opinião,
E esquecem o peso da razão.

Telas tremem, oráculos modernos,
Cada toque inflama, cega os infernos,
Mas a sabedoria, silenciosa e pura,
Habita a alma que a filosofia cura.

Grilhões digitais, correntes sutis,
Aprisionam olhos, desviam os fiéis,
Na ilusão que não se rende jamais,
Perde-se o que é real e se perde a paz.

Na ilusão que não se rende jamais,
Perde-se a realidade e a paz,
Enquanto irmãos, de carne e osso,
Se tornam fantasmas, quase sem rosto.